Texto por Fernanda Ubaid


Decidir o futuro profissional e qual carreira seguir é uma das decisões mais importantes da vida adulta. Muitos aspectos devem ser levados em consideração para além do curso superior. Mercado de trabalho, remuneração, rotina do profissional entre outros pontos que influenciam não só no sucesso da carreira, mas também na satisfação pessoal. Por isso, quanto mais informações disponíveis na hora de fazer esta escolha, melhor!

Uma das áreas com maior campo de atuação é a engenharia. A profissão sempre foi fundamental para o desenvolvimento da sociedade, afinal os engenheiros pensam no planejamento antes da execução, seja em qualquer área que atuem.

Para atender as necessidades de um mundo tão complexo, nada mais natural que a profissão também se divida em diferentes áreas de atuação. E cada especialidade tem um capo de atuação específica no mercado. Aqui vamos destacar sete delas:

Engenharia Civil

engenharia civil é considerada a mais tradicional entre as diferentes áreas. Responsável pelo planejamento, execução e supervisão todos tipos de edificações, como casas, prédios, indústrias, barragens, pontes, estradas, viadutos. O profissional também analisa a viabilidade técnica e econômica de projetos, inspeciona construções, emite laudos e presta consultorias. É uma área profissional que desenvolve e implementa técnicas para promover qualidade e segurança nas obras.

Engenharia Mecânica

O engenheiro mecânico cuida da projeção, fabricação, análise e supervisão de operação de ferramentas e sistemas mecânicos de máquinas em diferentes segmentos como automotivo, ferroviário, alimentício, entre outros.

Engenharia Elétrica

A engenharia elétrica, que forma o engenheiro eletricista, destaca as aplicações da eletrônica, da eletricidade e do eletromagnetismo em geradoras e distribuidoras energéticas e na indústria. O profissional é responsável por otimizar a produção, o armazenamento e a distribuição de energia. Circuitos elétricos, eficiência energética, instalações elétricas, instrumentação eletrônica e conversão de energia fazem parte das disciplinas estudadas na faculdade.

Engenharia Florestal

Cada vez mais ganhando espaço dentro do mundo que pensa e coloca em prática a sustentabilidade, a engenharia florestal tem como objetivo otimizar a produção de bens provenientes de recursos florestais por meio do manejo de florestas com vistas a suprir a demanda por produtos. Faz a produção florestal através de práticas ecologicamente sustentáveis e economicamente viáveis de extração e cultivo. O engenheiro florestal também elabora estudos de impacto ambiental, realiza trabalhos de manejos de fauna, projeta colheitas e transporte florestal e gerencia unidades de conservação.

Engenharia de alimentos

Um profissional da área de engenharia de alimentos estuda a produção de alimentos em escala industrial, desenvolvendo maquinários, softwares e técnicas de conservação, armazenamento e transporte dos produtos de origem animal ou vegetal. O engenheiro também pode ser responsável por criar novos produtos, por isso ele desenvolve e testa fórmulas para determinar cor, sabor, consistência e valor nutricional do alimento.

Engenharia de produção

Fundamental em quase todas as empresas que possuem uma linha de produção, o engenheiro de produção é ligado ao gerenciamento de recursos humanos, financeiros e materiais e é responsável por aumentar a produtividade de quase todos os setores de uma empresa ou indústria. Pode avaliar custos, prazos de entrega e as condições para realizar um pedido, além de fazer simulações em diferentes setores de produção para detectar possíveis falhas e propor soluções adequadas aos problemas.

Engenharia agrônoma

O engenheiro agrônomo domina as tecnologias e os processos relacionados com produção agrícola e agropecuária. A faculdade traz temas ligados à produção animal, composição do solo, sustentabilidade, gestão, dentre outros. O profissional pode atuar em toda a cadeia produtiva do setor agrícola, sendo responsável por implementar técnicas para melhorar a qualidade e a produtividade das culturas vegetal e animal.

Construção civil

Entre todas as áreas de atuação no mercado das profissões citadas acima, a pandemia de Covid-19 impactou a construção civil. Antes da pandemia, o setor crescia de forma promissora, mas a crise econômica trouxe inevitáveis reflexos para o setor, quem conseguiu se manter forte e em alta, mas enfrentou alguns desafios que devem perdurar pelos próximos meses. 

Algumas estratégias são fundamentais para driblar a crise, como reduzir custos e evitar pausas em projetos em andamento, por exemplo, desafios diante do aumento de preço de insumos e serviços. Uma as principais preocupações do setor é o preço das commodities, principalmente o aço, o alumínio e o cobre.

O impacto da falta de insumos causa grandes impactos na construção civil, aumentando os custos, que já vêm de uma sequência de alta acumulada: entre outubro de 2020 e outubro de 2021, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) para materiais e equipamentos chegou a acumular 30,24%, um recorde para o período. Com a escassez de insumos que afetou diversos setores da economia, a construção civil pode também enfrentar a falta de matéria-prima.

De acordo com os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados em setembro de 2021, o setor cresceu 2,7% no segundo trimestre do ano passado. Um aspecto que pode influenciar o crescimento do setor em 2022 são os investimentos represados.

O mercado imobiliário residencial teve um papel importante para a manutenção do setor de construção civil nos últimos anos. A mudança de comportamento das famílias durante a pandemia, também reflete no cenário de baixos estoques reflete. Quando o vírus e as medidas de distanciamento social levaram as famílias para casa, veio o desejo de investir. Segundo dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), as vendas de imóveis aumentaram 26,1% em 2020 e, no segundo trimestre de 2021, houve alta de 72,1% na comparação com o mesmo período do ano anterior. 

A procura pelas lojas do varejo que levou ao limite a produção das fábricas de materiais de construção, o que naturalmente aumentou o preço dos insumos e até a escassez de alguns produtos nas lojas.  A via de saída para o Brasil é obra de longo prazo, é preciso aumentar os investimentos, para isso o ambiente econômico também precisa melhorar. 

Texto por Fernanda Ubaid


Brasil tem presenciado eventos climáticos intensos e extremos, como fortes chuvas, temperaturas altas, longos períodos de estiagem, enchentes, deslizamentos de terras e ameaças de rompimento de barragens. No fim de 2021 e começo de 2022, vimos eventos catastróficos com vidas perdidas em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e outros estados. No interior de São Paulo, eventos semelhantes também têm sido registrados há tempos.

No final de semana de 30 de janeiro, Jaú registrou o pior evento climático na cidade. A forte chuva, com enchente a alagamento, atingiu 864 residências e 139 estabelecimentos comerciais, trazendo transtornos diretos a cerca de 2.593 pessoas, além de comprometer a mobilidade da cidade afetando indiretamente a maior parte dos moradores, segundo informações da Defesa Civil do município.

Pensando na frequência e gravidade de tais eventos, em março de 2022 foi realizado na cidade o I Fórum Jauense das Águas – Soluções para a Bacia Hidrográfica do Rio Jaú, pelas Secretarias de Meio Ambiente e de Agricultura de Jahu, com o apoio da Câmara Municipal de Jaú, da TV Câmara, da Fatec Jahu, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Tietê-Jacaré (CBH-TJ) e do Comdema Jahu.

Especialistas de diferentes áreas com conhecimento e atuação em hidrologia, drenagem urbana e rural, sistemas de monitoramento e alarme e manejo de bacias hidrográficas, debateram as questões e trouxeram possíveis soluções para amenizar os impactos negativos dos problemas. O evento também contou com a presença de prefeitos e técnicos dos municípios pertencentes à bacia hidrográfica do Rio Jaú, representantes dos moradores atingidos pela inundação, vereadores, representantes do setor rural e da agroindústria, ambientalistas, além de outros participantes interessados.

A principal motivação para a realização do encontro é que diante do quadro de mudanças climáticas, eventos meteorológicos extremos como o ocorrido, tendem a ser mais frequentes mais intensos, o que causa preocupação principalmente quando a vida dos moradores é diretamente afetada. 

Entre as sugestões de medidas a curto e médio prazo apresentadas, destacamos algumas:

– Dragagem e limpeza do Rio Jaú com a retirada de resíduos, árvores caídas na calha do rio, árvores com risco de queda, árvores mortas e outros materiais que possam atrapalhar o fluxo da água, reforçando que não devem ser suprimidas árvores sadias das margens, já que as raízes contribuem para aumentar a resistência dos taludes fluviais evitando desbarrancamentos.

– Elaboração do Zoneamento e Mapeamento de Risco de Inundações e Alagamentos da zona urbana de Jaú, classificando as áreas de acordo com a intensidade do fenômeno meteorológico.

– Criação de consórcio intermunicipal da Bacia Hidrográfica do Rio Jaú, com a participação das prefeituras e da iniciativa privada para tratar das ações estratégicas relacionados ao uso adequado e a ocupação ordenada do solo nas zonas urbanas e rurais da Bacia Hidrográfica do Rio Jaú.

– Estudo de viabilidade de implementação de parques alagáveis.

– Criação de uma comissão para acompanhar as ações de curto prazo e para discussão e planejamento das ações de médio prazo, com a função organizar e monitorar a execução das ações propostas. A comissão deve reunir secretarias e órgãos municipais relacionados ao assunto para permitir interação, sinergia, integração e cooperação na realização das ações.

Autor: Eng.o Juliano Ferrucci
PMP® – Mestre em Engenharia de Produção E-mail: juliano.ferrucci@gmail.com


Vida útil e vida econômica de equipamentos

A vida útil de equipamentos é determinada pelo período de tempo em que este continua desempenhando satisfatoriamente as suas funções.  A vida útil depende das condições do projeto do equipamento, da operação adequada, da manutenção e do obsoletismo. Os equipamentos são classificados em dois grupos:

  • Equipamentos de eficiência decrescente e vida útil previsível tem a característica de desgaste pelo uso com o passar do tempo e aumento dos custos de manutenção. O valor de venda no mercado vai diminuindo, vindo a não ser mais interessante economicamente manter o equipamento em operação. Neste caso ele atingiu a sua vida econômica e deve ser substituído.
  • Equipamentos de eficiência constante e vida útil imprevisível tem a característica de manter a sua eficiência até que falha repentinamente de modo imprevisível e aleatório. Como esta falha pode causar prejuízo, pode ser economicamente interessante repõe antes que falhe.

Equipamento de Eficiência Decrescente.

A determinação da vida econômica é uma aplicação da comparação de durações diferentes da engenharia econômica. Existem três situações possíveis:

  • Baixa do equipamento sem substituição.
  • Baixa do equipamento com substituição de mesma eficiência.
  • Baixa do equipamento com substituição por equipamento mais eficiente.

Baixa do equipamento sem substituição.

No caso de produtos que estão sujeitos a rápido obsoletismo, ou cuja matéria-prima está se esgotando pode-se decidir por suspender a produção e vender o equipamento, sem substituí-lo. Para obter um bom resultado econômico é importante identificar o melhor momento para vendê-lo. 

A principal ferramenta para identificar tal momento é o cálculo do Valor Presente Líquido (VPL). Calcular os Valores Presentes Líquidos, para cada ano vai resultar em um ano que irá apresentar o maior VLP, e este deve ser o ano considerado para realizar a baixa.

A Tabela 1 mostra a receita líquida e o valor residual de um equipamento no fim do ano com uma taxa de juros oficial de 12% ao ano.

Tabela 1: Receita líquida e valor residual

Ano

Receita Líquida

Valor Residual no Fim do Ano

0

R$ 0

R$ 30.000

1

R$ 20.000

R$ 25.000

2

R$ 15.000

R$ 20.000

3

R$ 9.000

R$ 12.000

Fonte: Autoria própria

 

A Tabela 2 mostra o resultado do VPL para os períodos

Tabela 2:  Valor presente líquido dos períodos

Período

0

1

2

3

(1+i)n

1

1,12

1,2544

1,4049

Receita Líquida

0

R$ 20.000

R$ 15.000

R$ 9.000

Valor Residual

R$ 30.000

R$ 25.000

R$ 20.000

R$ 12.000

VPL (12%)

R$ 30.000

R$ 40.178

R$ 45.759

R$ 44.762

Fonte: Autoria própria

 

Baixa do equipamento com substituição por equipamento do mesmo tipo.

Neste caso o novo equipamento tem os mesmos custos de aquisição e de manutenção, rendimentos e valor residual do equipamento atual. O Mínimo Custo Anual Equivalente, (CAE), indicará o ano da vida econômica do equipamento. 

A Tabela 3 mostra o custo de manutenção e o valor residual do equipamento no fim do ano com uma taxa de juros oficial de 12% ao ano.

Tabela 3:  Custo de manutenção e o valor residual

Ano de Uso

0

1

2

3

4

Valor Residual

R$ 20.000

R$ 17.000

R$ 15.000

R$ 13.000

R$ 10.000

Custo de Manutenção

0

R$ 800

R$ 1.200

R$ 1.700

R$ 2.300

 Fonte: Autoria própria

 

A Tabela 4 mostra o resultado do CAE para os períodos 

Tabela 4: Resultado do CAE para os períodos

Instante da venda

0

1

2

3

4

(1+i)n

1

1,12

1,2544

1,4049

1,5735

Valor Residual

R$ 20.000

R$ 17.000

R$ 15.000

R$ 13.000

R$ 10.000

Custo de Manutenção

0

– R$ 800

– R$ 1.200

– R$ 1.700

– R$ 2.300

VPL (12%)

R$ 20.000

– R$ 5.536

-R$ 9.713

-R$ 13.628

-R$ 17.987

CAE

– R$ 6.200

-R$ 5.747

– R$ 5.674

-R$ 5.922

Fonte: Autoria própria

 

Baixa do equipamento com substituição por equipamento mais eficiente.

Na condição de substituir o equipamento existente por um mais eficiente, a análise tem que ser comparativa entre os dois equipamentos competidores. O equipamento atual é denominado defendente. O equipamento mais eficiente é chamado de desafiante. Para desenvolver a análise comparativa dos dois equipamentos é necessário calcular os CAE dos períodos de cada equipamento. O menor Custo Anual Equivalente, CAE, indica se é economicamente viável substituí-lo por um equipamento mais eficiente. 

A Tabela 5 mostra o custo e o valor residual do equipamento atual (defendente), que foi comprado a três anos, com a intenção de ser usado por 7 anos.

Tabela 5: Custo e valor residual do equipamento defendente

Ano

1

2

3

4

5

6

7

Valor Residual

2.000

1.500

1.200

900

700

500

400

Custos

190

550

950

1.200

1.500

1.700

2.000

Fonte: Autoria própria

 

A Tabela 6 mostra o CAE do equipamento atual (defendente).

Tabela 6: Resultado do CAE para o equipamento defendente

Período

0

1

2

3

4

(1+i)n

1

1,12

1,2544

1,4049

1,5735

Valor Residual

1.200

900

700

500

400

Custos

0

-1.200

-1.500

1.700

2.000

VPL (12%)

– 1.200

-1.468

-2.909

-4.321

-5.694

CAE

-1.644

-1.721

-1.799

-1.875

Fonte: Autoria própria

 

A Tabela 7 mostra o valor residual e o custo anual do equipamento mais eficiente, cujo o valor na data atual é de R$ 4.000,00 com vida útil de 7 anos.

Tabela 7: Valor residual e o custo anual do equipamento mais eficiente

Ano

1

2

3

4

5

6

7

Valor Residual

3.000

2.000

1.500

1.000

900

850

800

Custos

50

90

250

450

600

1000

1200

Fonte: Autoria própria

 

A Tabela 8 mostra o CAE do novo equipamento (desafiante).

Tabela 8: Resultado do CAE para o equipamento desafiante

Período

0

1

2

3

4

5

6

7

(1+i)n

1

1,12

1,2544

1,4049

1,5735

1.752

1.974

2.211

Valor Residual

4.000

3.000

2.000

1.500

1.000

900

850

800

Custos

0

-50

-90

-250

-450

-600

-1.000

-1.200

VPL (12%)

-4.000

-1.366

-2.522

-3.277

-3.945

-4.410

-4.997

-5.608

CAE

-1.530

-1.492

-1.343

-1.299

-1.223

-1.215

-1.229

Fonte: Autoria própria

 

Como os valores do CAE dos períodos do equipamento desafiante são menores que o equipamento defendente, indica se a substituição imediata pelo equipamento mais eficiente.

O trabalho aqui desenvolvido procurou contribuir, em uma abordagem prática e objetiva, para a análise de vida útil e vida econômica de equipamentos.

Texto por Fernanda Ubaid


Uma nova forma de pensar o mundo. Esse tem sido quase um lema para diversos setores econômicos. No campo não poderia ser diferente. A agricultura sustentável já é uma realidade que deve ser encarada pelos produtores rurais e colocada em prática nas lavouras.

O conceito de sustentabilidade no campo surge à medida que a população global começou a crescer rapidamente. Daí a necessidade de uma abordagem mais sustentável na produção de alimentos realizada pelo setor do agronegócio. 

Práticas agrícolas insustentáveis, voltadas apenas para rendimentos mais elevados, colocam pressão adicional sobre questões globais, como mudanças climáticas, perda de biodiversidade, erosão do solo, poluição de recursos naturais entre outros problemas.

A agricultura sustentável, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) e a NCR (National Research Council) consiste em alcançar um sistema produtivo de alimentos onde a eficiência da utilização dos recursos naturais e a produtividade dos sistemas agrícolas sejam atingidas ao máximo, permitindo assim que produtores respondam aos níveis de demanda exigidos pelo crescimento populacional e pelo desenvolvimento econômico. 

A agricultura orgânica visa criar um sistema de produção de alimentos social, ambiental e economicamente sustentável de uma forma planejada com o intuito de proteger o meio ambiente, preservando os recursos naturais ao mesmo tempo em que proporciona qualidade dos alimentos produzidos.

Além disso, a agricultura sustentável prega a necessidade da conservação dos solos, da água e dos recursos genéticos animais e vegetais, além de não degradar o ambiente e de ser economicamente viável e socialmente aceitável. Enquanto preserva os recursos naturais e beneficia o meio ambiente, a agricultura sustentável ajuda a manter a qualidade do solo, reduzindo a erosão e preservando a água. 

Com base nestas ideias surge a APROJAPE, Associação de Produtores Rurais do Vale do Rio Jacaré-Pepira, projeto voltado para agricultura orgânica e sustentável que envolve 14 cidades que fazem margem com o rio. O objetivo é apoiar os produtores rurais procurar alternativas aos métodos convencionais utilizados na agricultura. 

O projeto surgiu há 10 anos e tem ganhado mais visibilidade e força nos últimos dois anos. O trabalho feito pela associação adota técnicas e recursos não convencionais, sempre ligados à sustentabilidade, e atua em cinco eixos – florestas e recursos hídricos, principalmente árvores nativas e mananciais; macadâmica, café; grãos (milho e soja) e mel. “Trata-se de uma agência de fomento que busca recursos, públicos ou privados, e os repassa para os produtores através de cursos, orientações, mudas de árvores para plantio e o que mais for necessário e estiver dentro do trabalho da associação”, explica Edwin Montenegro, presidente da APROJAPE.

E o trabalho tem tido muitos resultados positivos, como o selo de APL (Arranjo Produtivo Local) que a associação acaba de ganhar. O Arranjo Produtivo Local que permite a captação de recursos com o governo do Estado de São Paulo para o desenvolvimento do setor como um polo de referência na produção da macadâmia.

A produção convencional não é mais viável tanto economicamente quanto produtivamente. Os métodos convencionais chegaram ao limite na produção, com o esgotamento dos recursos hídricos e do solo por exemplo, e dos custos do produtor. Os produtores necessitam destas alternativas de produção, mas muitas vezes não sabem que elas existem. Para a adubação e controle de pragas, por exemplo, podem ser usados recursos biológicos e orgânicos que são pouco conhecidos. “A indústria de insumos é forte prioriza a forma convencional, por ser mais conhecida. Mas a conta da safra não fecha, o produtor tem pouco lucro por investir muito nestes insumos tradicionais. Com aumento do dólar e escassez de insumos, os agricultores têm procurado alternativas e aí atuamos como associação”, ressalta Edwin. 

Produtores de outras regiões do estado e até de outros estados também podem apoiar a iniciativa para colocar em prática, aqui é um polo de referência dessa alternativa sustentável, em sintonia com o meio ambiente e margem maior de lucro para o produtor.

Mesmo sendo um projeto do interior do estado de São Paulo, na região centro-oeste, várias cidades de outras regiões e até outros estados podem fazer parte da associação, compartilhando conhecimento. Sendo assim, é um projeto que exclui a agricultura convencional. A intenção é reduzir os custos para as produções agrícolas e garantir uma agricultura sustentável. 

Texto por Fernanda Ubaid


Como uma prática de gestão agrícola totalmente natural e sustentável, a agricultura orgânica é baseada em valores únicos, podendo ser considerada uma filosofia de trabalho em conjunto com a natureza. Com uma abordagem holística de gestão agrícola, ou seja, um olhar para o todo, a agricultura orgânica visa criar um sistema de produção de alimentos social, ambiental e economicamente sustentável.

A agricultura orgânica se baseia no gerenciamento do agroecossistema, ao invés de depender de insumos químicos, como pesticidas e fertilizantes sintéticos, aditivos e organismos geneticamente modificados. Alguns princípios norteiam a agricultura orgânica como: saúde, para proteger e melhorar a saúde de todos os organismos (isso inclui tanto microrganismos quanto quem consome o alimento; ecologia para proteger e beneficiar o meio ambiente (paisagem, clima, habitats naturais, biodiversidade, ar, água e solo); justiça, proporcionando uma gestão social e ecologicamente adequada dos recursos ambientais; e cuidado tendo  responsabilidade como as principais preocupações no manejo da fazenda orgânica.

Os agricultores orgânicos devem prezar pela responsabilidade ambiental, preservando os. Para isso, algumas práticas sustentáveis são importantes como rotação de cultura usada para preservar fertilidade do solo e proteger contra pragas, gestão de nutrientes orgânicos, cultivo de plantas de cobertura, também benéfica para o controle de pragas e insetos  evitando a erosão do solo, escolha de variedades resistentes, adaptação de plantio ou semeadura e época de colheita.

A agricultura orgânica leva em consideração os objetivos da agricultura sustentável, sendo a vertente mais difundida da agroecologia. É considerado um sistema orgânico todo produtor agropecuário que adota técnicas específicas com otimização de recursos naturais e socioeconômicos disponíveis. Para isso, são necessários métodos e produtos naturais, sem o uso de agrotóxicos e/ou outros compostos químicos sintéticos, sempre protegendo o meio ambiente.

O produtor rural Toni Carioba possui a certificação orgânica em sua propriedade em Jaú, interior de São Paulo. Entre outros produtos, produz hortaliças, citronela, feijão, milho, mandioca. “Sempre quis fazer uma agricultura mais ecológica e sustentável para proteger o meio ambiente. No ano de 2000 fiz um curso sobre orgânicos e biodinâmica e comecei a colocar em prática na minha propriedade. Por 10 anos produzi dessa forma, até conseguir o selo de certificação, que dá confiabilidade e valoriza o produto”, explica.

Conseguir o selo de certificação de produto orgânico não é simples, são várias exigências da certificadora como a de rastreabilidade que acompanha todo o processo de produção, para garantir a sustentabilidade e origem de cada etapa, desde matéria prima e insumos até as ferramentas usadas. Mas o produtor garante que todo o investimento vale a pena. “São muitas exigências até conseguir o selo, mas as adequações trazem retorno ambiental e na valorização do produto, principalmente quando quero vender para outras cidades”.

O selo do Sistema Participativo de Garantia é gerido por vários agricultores, todos participam desse processo, visitando e fiscalizando as propriedades um do outro, além de aprenderem e gerarem conhecimento. 

Além do selo orgânico, o produtor também possui a certificação de produção biodinâmica que possui ainda mais exigências e avalia e coloca em prática outras questões como a influência da lua no plantio e na colheita, os preparados biodinâmicos aplicados na lavoura.

A diversidade e consorciação de culturas também é um preceito levado em consideração por Toni Carioba, “Plantar as plantas amigas no mesmo lugar, uma potencializa a outra, uma ajuda a outra a crescer, além de ser muito importante o momento de descanso da terra, onde nascem plantas espontâneas e você pode plantar algumas espécies leguminosas, que inclusive são plantas que fixam nitrogênio do solo e assim colonizam o ambiente e melhoram o solo”. Seguido disso, a adubação verde em que se usa as próprias leguminosas e depois as incorpora no solo, são processos praticados dentro da agricultura orgânica.

“Independentemente de ter o selo ou não, é quase uma filosofia pensar dessa forma. Leva em conta a própria produção e cria uma certa independência do mercado convencional”, ressalta Toni Carioba. A maioria dos pequenos produtores sofrem com o preço do produto e com os altos custos de produção e insumos. Se a produção é sustentável, o agricultor tem a possibilidade de ser autossuficiente, agregando valor ao produto, à natureza e à ecologia, garantindo a sustentabilidade na agricultura. 

Nesta sexta-feira, dia 29/04, teremos a última palestra da SEMANA DA AGRICULTURA E MEIO AMBIENTE.

“AMPLIE SUA PRODUÇÃO AGRÍCOLA COM A LINHA DE CRÉDITO CERTA”, ministrada por Alexandre Cezar Pachelli.

O evento é GRATUITO e terá transmissão on-line, além de vagas presencias, à partir das 19h.

Não perca essa oportunidade – faça sua inscrição:
https://aeajau.com.br/eventos/

Realização: AEA JAÚ – Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Jaú.

Apoio Institucional: CREA-SP E SECRETÁRIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO DO ESTADO DE SÃO PAULO.

Texto por Fernanda Ubaid


Quase todos já ouviram falar em homeopatia, uma especialidade dentro da medicina tradicional que surgiu como uma forma alternativa de tratar doenças já conhecidas. O que poucas pessoas podem saber é que a homeopatia também pode ser utilizada dentro da agricultura.
A terapêutica homeopática foi criada há mais de 200 anos pelo médico alemão Samuel Christian Frederick Hahnemann como uma opção diferenciada dos tratamentos que já existiam, e ainda hoje é utilizada por muitos médicos especialistas da área com excelentes resultados no processo imunológico e defesa no organismo dos pacientes.

Nas últimas décadas, o método passou a ter cada vez mais importância dentro da agricultura, seja em lavouras, hortas, pomares, plantas medicinais, animais, solo ou água. Isso se dá porque a homeopatia atua em todos os organismos vivos, desde uma bactéria até uma planta ou inseto. Os tratamentos convencionais utilizam antibióticos, anti-inflamatórios, defensivos e outros ingredientes que visam matar ou suprimir o organismo causador do problema. Já a homeopatia busca o equilíbrio, ou seja, o próprio ser vivo (planta ou animal) irá fortalecer seu organismo e imunidade, fazendo com que reconheça e se fortaleça até atingir a cura.
A técnica é uma ferramenta diferente do controle químico pois favorece a própria defesa das plantas atuando de forma complementar. É um estímulo para que a planta fortaleça.

As plantas sofrem com infestação de pragas, doenças e até mesmo com estresse do ambiente, como falta de chuva por exemplo. Com isso, ficam fracas o que favorece o ataque de determinadas pragas.
O engenheiro agrônomo João Nabuco Galvão de Barros, formado pela Universidade Federal de Viçosa – MG, estuda homeopatia desde 2003. Trabalhando com fruticultura, começou a fazer testes com homeopatia e foi desenvolvendo o produto que hoje comercializa. São inúmeras experiências práticas que comprovam os benefícios no uso da técnica. “O produto é capaz de fortalecer a planta para que ela mesma produza as substâncias de defesa, recuperando também o próprio sistema imunológico”, explica o engenheiro.

A aplicação é simples, pode ser feita por irrigação ou pulverização. É possível aproveitar as aplicações já feitas na lavoura em grandes áreas, como por exemplo na soja, colocando a homeopatia junto dos defensivos tradicionais, otimizando o manejo. Já em áreas menores o tratamento é intensivo e a homeopatia pode até ser usada sozinha, basta diluir em água e fazer a pulverização. João explica ainda que um mesmo produto pode ser utilizado em ciclos de vida semelhantes: “se aplicação deu certo e teve um resultado positivo na soja, pode ser usada também em outros grãos como milho, aveia, trigo e sorgo por exemplo”.

O que torna o uso da técnica ainda mais vantajoso é o baixo valor, podendo até resultar na redução de custos para o produtor. Uma aplicação em grandes áreas a partir de 20 hectares, pode ter um custo de R$ 5,50 por hectare, o que é muito barato diante de outros custos que o produtor tem, principalmente no controle de pragas e doenças. Fazemos em média 6 aplicações em soja, a quantidade aplicada depende do objetivo. Em trabalhos de campo com 4 aplicações em situações de baixo estresse aumentou a produtividade em 1,5sacas, portanto um investimento de R$22,00/ha que retornou ao produtor o aumento de renda em R$270,00/há”, relata o engenheiro agrônomo.relata o engenheiro agrônomo.

Um gasto muito baixo diante dos benefícios que são estimular a planta, melhorar a resistência e a produtividade. O método também previne futuros problemas caso ocorra algum estresse repentino e imprevisto.

Mesmo sendo algo relativamente novo no manejo, a aceitação da metodologia tem sido boa e ganhado cada vez mais espaço no mercado.
A agricultura moderna preconiza o manejo integrado, já se sabe que não adianta apostar em um único produto, é preciso integrar todos os cuidados. “O custo de produção hoje é muito alto e as pragas estão muito resistentes aos inseticidas. Lavouras que antes usavam pouco inseticida ou fungicida, hoje usam muito e o controle está bem difícil, o que favorece o desenvolvimento de pragas mais fortes e resistentes. E o uso apenas do inseticida faz com que a lavoura fique muito cara, utilizando-se uma grande quantidade do produto por várias vezes”, ressalta João Nabuco.

O produtor precisa integrar outras técnicas para ter mais eficiência e produtividade, como produtos estimulantes, que reduzem traumas e estresses. E a homeopatia, além de ser barata, ajuda a lavoura a ser mais sadia e produtiva.

Texto por Fernanda Ubaid


Muito se fala atualmente numa nova fase da agricultura buscando a sustentabilidade. A preservação do meio ambiente, manejo do solo e maior viabilidade econômica da produção agrícola estão diretamente ligadas à agricultura sustentável. Neste novo cenário, é cada vez mais comum e eficiente o uso de insumos que hoje podem não ser considerados convencionais, mas que serão num futuro próximo como o chamado pó de rocha, o remineralizador de solo.

Segundo produtor rural e proprietário de uma empresa de insumos de São Manuel, interior de São Paulo, Cláudio Roberto Fantinatti, o cenário atual da produção agrícola tem um custo alto de produção, é influenciado pela instabilidade geopolítica, enfrenta crises do petróleo e dos fertilizantes, estresse hídrico, além da tão necessária pressão por sustentabilidade. “É aqui que investimentos na remineralização do solo podem ajudar o produtor rural”, afirma Cláudio.

Para entender como a remineralização ou rochagem funciona, primeiro é preciso explicar que o solo se origina do processo de decomposição de rochas, devido ao intemperismo, ou seja, a ação do tempo e também dos micro-organismos. Logo, a composição de cada tipo de solo está diretamente relacionada às rochas que deram origem a ele. Por exemplo, o solo tropical típico do Brasil tem de 10 a 20 vezes mais micro-organismos do que solos de climas temperados como os da Europa, porém possui pH ácido e é pobre em minerais, já que os solos temperados têm de 30 a 50 vezes mais nutrientes.

“A remineralização, ou rochagem, não se trata de uma fonte inicial de fertilização e nem substitui fertilizantes químicos, mas é um investimento que o agricultor faz ao longo do tempo para a renovação do solo. O objetivo é chegar o mais perto possível da origem natural daquele solo, tendo como principais benefícios o desenvolvimento biológico e a fertilidade”, explica o produtor rural e empresário. 

Nem todas as rochas são ideias para a remineralização dos solos. Os remineralizadores usados para equilibrar a composição do solo são materiais de origem mineral, ou seja, vulcânicos, que são expostos a processos mecânicos para redução das partículas. O produto também deve conter elementos químicos como macro e micronutrientes que interferem na fertilidade do solo, favorecendo o desenvolvimento da cultura.

O Ministério da Agricultura tem exigências específicas em relação à composição mineral (silício, cálcio, magnésio, potássio e baixos teores de elementos tóxicos) do pó de rocha para ser considerado um remineralizador. 

O uso ao longo dos anos é de quantidades variadas, já que uma única aplicação não é o suficiente para equilibrar a composição e atingir os objetivos. “Estudos práticos feitos pela empresa mostram uma boa evolução do solo com aplicações de quantidades variadas do remineralizador por seis anos”, ressalta Cláudio. A recomendação de uso do remineralizador também depende do tipo de solo. Um solo arenoso tem maior perda de minerais e menor fertilidade em relação a um solo argiloso, por exemplo, por isso requer maior quantidade de produto por hectare. 

Em relação ao custo, trata-se de uma matéria prima mais barata que o calcário, mais a formula do remineralizador influencia no preço final. 

O investimento a médio e longo prazo traz resultados positivos. Como consequência do processo de remineralização, o produtor rural acaba diminuindo a quantidade de fertilizantes usados na lavoura, já que o solo está mais rico em minerais. 

O estresse hídrico também é amenizado, já que uso do remineralizador e o desenvolvimento biológico com o surgimento de micro-organismos fazem com que o solo retenha mais água deixando-o mais úmido. 

Trata-se de uma alternativa de manejo do solo importante e com grande potencial de expansão para alcançar a sustentabilidade na agricultura e aumentar a produtividade.

Nesta quinta-feira, dia 28/04, daremos sequência a SEMANA DA AGRICULTURA E MEIO AMBIENTE. Teremos a palestra:
“HERBOTEC FERTILIZANTES NATURAIS”, ministrada pelo Dr. Paulo Montes Huvos.

O evento é GRATUITO e terá transmissão on-line a partir das 19h.
Não perca essa oportunidade – faça sua inscrição:
https://aeajau.com.br/eventos/

Hoje, 27/04, às 19h, acontecerá a palestra “O novo cenário da agricultura com o remineralizador de solo”, ministrada por Claúdio Roberto Fantinatti. O evento acontecerá de forma on-line e faz parte da “Semana de Agricultura e Meio Ambiente”, promovida pela AEAJ. A inscrição é gratuita e pode ser realizada através do site: www.aeajau.com.br