Com a queda observadas ontem e hoje, as referências das bolsas da região reverteram os ganhos acumulados no mês de julho e encerraram uma sequência de três meses consecutivos de alta. As perdas semanais também foram expressivas para todos os índices europeus.
Economias na Europa têm quedas recorde no 2° trimestre: acima de 10%
O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou a sexta-feira em baixa de 0,89%, aos 356,33 pontos, registrando queda semanal de 2,98% e desvalorização de 1,12% no mês de julho.
Hoje, em Frankfurt, o DAX recuou 0,54%, aos 12.313,36 pontos, enquanto em Londres, o FTSE 100 caiu 1,54%, a 5.897,76 pontos. Em Paris, o CAC 40 recuou 1,43%, aos 4.783,69 pontos. Em Milão, o FTSE MIB caiu 0,71%, aos 19.091,93 pontos e, em Madrid, o IBEX 35 perdeu 1,70%, a 6.877,40 pontos.
No acumulado semanal, Frankfurt, Londres, Paris, Milão e Madrid recuaram 4,09%, 3,69%, 3,49%, 4,90% e 5,72%, respectivamente. Na mesma ordem, no acumulado mensal, o desempenho dos índices foi de -1,71%, -4,22%, -4,46%, -3,22% e -7,11%.
A economia da zona do euro registrou a contração no ritmo mais rápida já registrada na história durante o segundo trimestre, em consequência dos bloqueios impostos para limitar a propagação do novo coronavírus, que acabaram paralisando muitas atividades comerciais.
Na média dos 19 países que compõem a união monetária, o PIB (produto interno bruto) caiu 12,1% no segundo trimestre, informou nesta sexta-feira a Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia, em uma primeira estimativa para o período. Economistas consultados pelo “Wall Street Journal” esperavam uma contração de 11,3%.
Além disso, a crise trouxe o nível do PIB da zona do euro de volta para meados dos anos 2000, eliminando amplamente quinze anos de crescimento. Segundo analistas, o cenário é ainda mais sombrio quando se consideram os dados do PIB per capita, que, para o bloco como um todo, está em linha com o do início dos anos 2000.
“O que provavelmente é mais preocupante para os investidores parece ser a constatação de que as manchetes negativas em relação a uma possível segunda onda apenas tornarão muito mais difícil alcançar qualquer tipo de perspectiva de recuperação em forma de V”, disse Michael Hewson, analista-chefe de mercado da CMC Markets, em nota aos clientes.
No início da sessão de hoje, as ações do bloco chegaram a operar em alta, puxadas pelo otimismo em relação às ações do setor de tecnologia após balanços surpreendentemente positivos das gigantes do setor, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos.
O índice setorial de tecnologia do Stoxx 600 fechou em alta de 0,72% nesta sexta, na ponta positiva do continente, depois que a Nokia melhorou as suas projeções para 2020, à medida que a lucratividade e a geração de caixa aumentaram. Para o segundo trimestre, porém, a empresa reportou uma queda dos lucros para 111 milhões de euros, de 288 milhões de euros no ano anterior. A ação da empresa liderou os ganhos no Stoxx 600, com alta de 12,54%
Por outro lado, as empresas de óleo e gás do Stoxx 600 influenciaram negativamente o índice pan-europeu na sessão, fechando em queda de 1,76%, após balanços corporativos de companhias do segmento. Os destaques foram as quedas da espanhola Repsol (-3,06%) e da britânica BP (-2,89%).